segunda-feira, 2 de março de 2009

TROCA-TROCA NA BAIXADA Como nos velhos tempos Democrática,Feira do Rolo na Jerônimo Gonçalves já é tradição


“Quer trocar esse cavalo pela televisão e um celular?” A frase pode parecer estranha, mas outras como essas são corriqueiras na Avenida Jerônimo Gonçalves há pelo menos 30 anos. É ali, em frente ao Terminal Rodoviário, onde funciona a Feira do Rolo ou a Feira do Troca, onde dezenas de vendedores oferecem qualquer tipo de mercadoria —e outras dezenas de consumidores compram. O escambo é comum e ocorre todos os dias, durante a manhã. O movimento se intensifica às 7h e termina perto do meio-dia, “quando o sol começa a ficar forte”, diz Edson Lisi, 56 anos. Aos finais de semana, a feira não tem hora para terminar.

No local, tudo é negociado e negociável —é possível encontrar bicicletas, celular, sapatos, roupas, bijuterias, relógios antigos, acessórios para carro e até vinil e vaso sanitário. Ninguém se importa com a origem dos objetos e o pagamento é feito sempre em dinheiro.

“Não dá para saber se o celular que o rapaz trouxe é roubado ou não. O que importa é que nós agimos de boa fé”, afirmou Nelson Zambonini, 87, o mais antigo do local. Com quatro relógios usados nos pulsos para negociar, ele diz que o mais importante é a diversão. “Não dá para ter lucro aqui.”

Na Feira do Rolo, não há distinção de qualidade e é preciso pesquisar os produtos antes de comprá-los, ensina a vendedora Márcia Cristina Soares, 32, frequentadora assídua da feira. Ela disse que há produtos de origem duvidosa, principalmente os celulares —aparelhos que custam R$ 2 mil em loja podem custar R$ 400 na feira. Entretanto, ela não se incomoda e mostra o aparelho que adquiriu por R$ 90 e uma bolsa de viagem.

A rotatividade de vendedores e objetos vendidos são características peculiares da feira. Por este motivo é que o acerto é feito na hora, afirmou Luís Damaceno, 32, que participa deste escambo há oito meses. “Uma vez um rapaz disse que queria trocar uma televisão e um celular por um cavalo forte, eu topei e ele mandou entregarem o cavalo. Eu confiei nele. Quando entregaram, o cavalo estava até velho, coitado, e eu nunca mais vi o dono”, disse.


---------------------------------------

fonte: Gazeta de Ribeirão

encontre imóveis clicando aqui!

Nenhum comentário: