terça-feira, 3 de março de 2009

Distribuição desigual Valor do álcool pago pelas uninas a produtores cai pela 2ª vez no ano, mas queda não chega às bombas


Preço Desequilibrado

O preço do álcool pago aos produtores chegou a patamares menores do que os observados no começo do ano passado -chegou ontem a R$ 0,71 o litro- mas, ainda assim, o que se vê na cidade são postos vendendo o produto, em média, a R$ 1,39, o mesmo preço de quando as usinas recebiam R$ 0,83 pelo litro.

Apenas nos últimos dez dias, o preço do álcool hidratado nas usinas caiu pelo menos 15%. Nas bombas, no entanto, o marcador não registrou, em boa parte dos postos, nenhuma queda. Para os consumidores, que sentem o preço alto no bolso, "fica a sensação que alguém na cadeia produtiva do álcool está ganhando mais do que deveria" , como disse Thaisa Tognati, 27 anos.

A família dela tem um Escort Hobby a álcool utilizado para o trabalho e o gasto com combustível, por semana, é de R$ 80, total suficiente para rodar 340 quilômetros. Com o álcool 15% mais barato, a família economizaria R$ 12 ao mês. "Daria pelo menos 66 quilômetros a mais, ou um dia de combustível economizado" , calcula.


Para os representantes das usinas, é impossível determinar a culpa pela queda não chegar ao consumidor mas, segundo eles, os produtores são inocentes. "O fabricante não tem interferência no preço final a partir de quando saiu da usina. A distribuição e o varejo é que são responsáveis pela formação do preço" , disse o diretor regional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Sérgio Prado.

Para os donos de postos, o problema está na distribuidora. "Tanto que, nos postos bandeira branca, já está descendo. É uma questão da distribuidora, que não repassa a queda na mesma proporção" , disse o presidente regional Sincopetro, Oswaldo Nunes Manaia Júnior. A reportagem tentou contato com ao menos três distribuidoras na tarde de ontem. Não conseguiu falar com representantes de nenhuma delas.


Para a economista Rosalinda Pimentel, a situação pode ser explicada por uma junção de fatores. Segundo ela, na composição do preço, existe quatro grandes atores. o produtor, o distribuidor, o varejista e o governo. A única variável é a produção. "Você pode ter uma flutuação no início da cadeia, na produção, mas isso vai se extinguindo até chegar ao consumidor. Existe queda, mas não repasse."


Usinas devem voltar a operar neste mês.Embora observada apenas em parte dos postos da cidade, existe uma leve tendência de queda nas bombas. Em alguns postos, já é possível verificar o preço do litro entre R$ 1,25 e R$ 1,30. A pesquisadora Ivelise Rasera Bragato, do Cepea, observa que além da estabilidade dos preços nas usinas e da busca pela liquidez, outro fator que deve ser favorável ao consumidor é o aumento da oferta de álcool devido ao início da próxima safra. De acordo com ela, algumas usinas já começam entrar em operação a partir de março.



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fonte: Gazeta de Ribeirão

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